Rio Xingu
Nas águas que escondem a surucucu
Vem dois apapás e um pirarucu
Levando barcaça de flor de bambu
Com uma criança nas sombras da luz
Da imensidão da floresta
Inocente viajante das relvas
Astronauta, o iluminado das selvas
Colateral
Amálgama tétrade sensorial
A gênesis certa da flora coral
Anunciação do menino real
Com dedo na cara apontado por Deus
O vento da última fresta
O arcanjo que devora os demônios
Homem fogo, fiel às palavras de Antônio
E ele cresceu
Entre pândegos de caçadores
Cores do mal
Ele acendeu
Para o mais forte dos reatores
Perpetrando as derrotas dos homens, seus perseguidores
Lenda se faz
Pelos olhos da eternidade
Era uma vez
Pelos murais
Das espécies parindo seus pares
Ele reina pintando as paúras dos reis dos palmares
Quem é ele?
Deus dos Olivares
Mestre dos Alvarez
Máxima de Antares
Basta de clamares