Ê ô ô, ê ô ô
Ê ô ô, deixa a brisa vir, i ê ê ô ô ô
No terreiro da sala, violão batendo leve
Quando a noite reclama, o coração já se atreve
Sanfona do vento, janela pede um carinho
No papel do destino, a calma vira caminho
Respira, respeita o tempo
A Lua dança no tempo
Que a roda gira por dentro
Sem pressa, sem contratempo
Bola, bole, bolou
Bola, bole, bolou
Se a paz chegou, sorriu Jah, sorri o amor
Bola, bole, bolou
Bola, bole, bolou
No toque do tambor, coração acendedor
(Bola, bole, bolou)
No Rio é beck na praia, na Lapa a turma canta
Na Bahia é uma tora, o atabaque levanta
Em Sampa é fininho, de quebrada em quebrada
No Sul o mate conversa, a prosa fica afinada
Respira, respeita o tempo
A brisa escreve no tempo
Que o peito encontra o centro
No passo manso do vento
Bola, bole, bolou
Bola, bole, bolou
Se a paz chegou, sorriu Jah, sorri o amor
Bola, bole, bolou
Bola, bole, bolou
No toque do tambor, coração acendedor
(Bola, bole, bolou)
No Norte é pito na rede, a estrela cai devagar
Em Minas: Um palheirim, café coado no ar
No agreste o aboio chama, canto de Sol nascente
No centro-oeste é só brisa, céu que cabe na gente
Deixa a rima lapidar o peito
Que a vida pede um pouco de respeito
Se vier, vem manso, vem direito
Só luz, só luz, sem despeito
Bola que é reza, reza que é cor
Bola que é roda, roda que é flor
Bola que é brasa do compositor
Bola que é casa no próprio calor
Bola, bole, bolou
Bola, bole, bolou
Se a paz chegou, sorriu Jah, sorri o amor
Bola, bole, bolou
Bola, bole, bolou
No toque do tambor, coração acendedor
(Bola, bole, bolou)
Ê ô ô, ê ô ô
Que o som abençoa o que a alma cantou
Ê ô ô, ê ô
Bola que a vida gira e já nos girou