O mundo já não basta em si – ele quer me devorar
Ele, o mundo, comporta-se como um bicho feroz, sedento e faminto
Eu já não basto em mim e tento devorá-lo também
Mas sou tragado, como a parreira lambida pelo fogo
Assim, deixo-me ser consumido, pois não há por que lutar
Tudo é o que é
Já percebeu que a força do destino, que pensamos estar em nossas mãos
É um pêndulo, como uma mão que balança o berço?
Já percebeu que precisamos de fatores externos para cumprirmos algo
E que existe em nós uma força interna, um desejo de cumprir algo?
Já parou para pensar por que as coisas acontecem?
E como surgem as boas e más ideias – e as situações?
De certa forma, muitos pensam que dominam a própria vida
Sendo que há fatores que sempre nos desapontam, a cada momento
E somos devorados todos os dias por uma grande força motriz invisível
Sem nos darmos conta da finitude de tudo aquilo que pensamos entender
Em algum lugar no espaço-tempo, onde o tempo se dobra na sua infinitude
Pode ser que exista um eu, um você
Tentando alinhar a cronologia do tempo
Para que as coisas, por aqui, progridam da melhor maneira possível
E que o destino realmente faça jus ao seu ofício
E que tenhamos a bênção dos deuses como sorte