Conheci a Secundina
É um doce de menina
Que ganhou meu coração
Confesso, me encantei
Quando a vi me enamorei
Fiquei louco de paixão
Não tem lá tanta beleza
Mas confesso com franqueza
Ela é muito charmosa
Morena da pele fina
Ela é dessas meninas
Que tem jeito de gostosa
Tem mais de metrô e oitenta
Com meio palmo de venta
É um baita mulherão
Um pé grande, outro pequeno
Tem os peitos mais ou menos
Do tamanho botijão
Inda tem a boca torta
Suas pernas são cambotas
Tem um par de orelhão
Também tem olhos inchados
O nariz é achatado
Tem dentes de tubarão
Ninguém tem nada com isso
Assumi o compromisso
Vou com ela até o fim
Eu vou me casar com ela
Sei que não é mais donzela
Mas gosta muito de mim
Fuxiqueira e tagarela
Igualzinho à mãe dela
Causa muitos dissabores
Vive falando à toa
Só ela é gente boa
E que tem muitos valores
Já nasceu quase sem bunda
Mas de sobra tem corcunda
Talvez por compensação
Também é analfabeta
Jura que já foi atleta
No campo da assombração
Minino essa morena
É uma coisa de cinema
Tem três dedos de cintura
Quando vejo me agito
Parece Olívia Palito
Com toda sua finura
Pra aumentar o seu tormento
Foi passear de jumento
É mesmo triste contar
Caiu sentada num toco
Estragou aquilo um pouco
Mas dá pra se aproveitar
Teve um caso de aborto
O filho que nasceu morto
Estragou a sua paz
Provocou hemorragia
Foi feito a cirurgia
E agora não pare mais
É uma filha bastarda
Por isso foi deserdada
Não tem casal pra morar
Pela mãe foi despejada
Hoje vive abandonada
Precisando se casar
Não parece muito esperta
Tonta e meio pateta
Ela também é gagá
E tem tudo a ver comigo
Eu mereço um bom castigo
Se com ela não casar
Às vezes sinto ciúme
Só por causa do perfume
Que ela gosta de usar
Não é tão desconhecido
Pois é muito parecido
Com o cheiro de gambá