Ele partiu calado
Deixou a porta entreaberta
O tempo ficou parado
E a casa, meio deserta
O copo ainda sobre a mesa
O chinelo jogado no chão
A camisa passada, dobrada
Esperando em vão
E eu, aqui
Com esse nó
Que não some
Mas ouço meu nome
Na voz dele, me chamando
Lá no fim da rua
Ele se foi devagar
Como quem sabe o segredo
De que o tempo vai parar
Quando morre um enredo
O relógio não disse mais nada
O copo guardou o silêncio
O perfume dançou na corrente do ar
Feito um fantasma suspenso
Me aprisionando nesse eterno momento
E eu, aqui
Com esse nó
Que não some
Mas ouço meu nome
Na voz dele, me chamando
Lá no fim da rua
Meu nome
Na voz dele, me chamando
Lá no fim da rua