Depois da tempestade
Que arrastou o resto
Que sobrou da vaidade
O inteiro virou metade
Emendado ao quase nada
Em que me apego
-Oh piedade!
Perdido num enorme
Labirinto de silêncios
Nenhuma boca disforme
Pronuncia meu nome
Tenso eu ajoelho
Dói olhar no espelho
A cara feia da fome
Coração albatroz
Voando em alto mar
Aqui calou-se a voz
Ninguém pra anunciar
No aeroporto a partida
Semimorto, suicida
Num destino ilusório
Sem hora pra chegar
Calmaria é passatempo
Faz do vício uma rotina
Corpo em movimento
É ansiedade, adrenalina