Vi um relógio sem ponteiro girar no ar
Um peixe flutuando no quintal do meu olhar
As cores escoriam da parede do tempo
E eu preso na espiral de um pensamento
A cidade dormia dentro de um violão
E eu andava em círculos feitos ilusão
Meu reflexo piscou na água do chão
Era eu ou um eco da contramão?
No fundo da caixa de som
Tem um segredo em neon
Que dança, que mente, que some
E volta mais forte que um nome
Quantos lados tem um sonho em queda livre?
Quantas faces cabem num só coração?
Se o mundo é espelho de um raio invisível
Me deixa girar, me deixa ir na contramão