Seu João de manhã tá na fila, impaciente demais
Reclama, resmunga, quer passar na frente e sai
Diz que a idade pesa, que tem dor no joelho
Mas quando é forró, vira um cabra ligeiro
Na Caixa ele corre pra ser atendido
Mas no arrasta-pé ele dança com estilo
Faz pirueta, puxa a dama, roda o salão
Cadê a dor? Foi embora no meio do baião!
No forró ele não tem pressa pra sentar
Tá rodando a madrugada até o dia clarear
Na fila ele quer prioridade e atenção
Mas no forró, ninguém segura o Seu João!
De chapéu de palha e camisa xadrez
Ele chama a moçada e ensina a vez
Diz que o forró é remédio pro corpo e pra alma
Só larga a sanfona quando o Sol já dá as caras
Ei, dona Maria, vem cá dançar!
Seu João tá tinindo, pronto pra rodar
Esquece a bengala, pega na minha mão
Que hoje essa festa só acaba no sertão!
No forró ele não tem pressa pra sentar
Tá rodando a madrugada até o dia clarear
Na fila ele quer prioridade e atenção
Mas no forró, ninguém segura o Seu João!
Quando amanhece, ele some de fininho
Vai pra fila de novo, com olhar cansadinho
Mas é só tocar um triângulo ou um zabumbá
Que o velho danado volta a se animar!