INTRO
E|-----3--4----------0--------9-8-----0----------------2-2-3-2-5-----------5--------4-----3-2-
B|----2---3---------0--------8-----------------0-1-0-0-------------------5---------5-----4--3-
G|---0----4--------5--------9---------0--0-1-3-------0-----------------7---------3------2---4-
D|--2-----4-------4--------9--------0----------------2---------------7---------5-------4----4-
A|-1------2------5-----8-7---------7-----------------2-------------5---------4--------3-----2-
E|----------2-3-4-----------------8------------------0----------------------------------------
Minha feia, és linda como a margarida
Que não brotou e não existiu.
F#7 (x3)
Linda como a beira do rio
Que não deságua em lugar algum.
E|--7-7-6-6-8-8-5-5-9-10--
Como o querer-ser, que, mesmo querendo,
Ainda não é.
E|--12-11-----------------------------
B|--------12-11-----------------------
G|--------------12-11-----------------
D|--------------------12-11-----------
A|--------------------------12-11-----
E|-------------------------------13---
E linda como ti, minha querida,
Não há outra sequer;
A#mF#G#
Nenhuma meia tudo, meia metade
O quarto escuro, ebriedade
Feia, ninguém te beija
Com bondade
A#m (x3)
E em todas as praças, todos os antros
Feia.
F (x3)
Entre os beijos, sob os lençóis
Feia.
F7M (x3)
Depois da noite, a melancolia insone
Feia.
(silêncio)
E, ironicamente,
Cº
Em tua abismal insignificância
encontrei - quem diria? -
A mais pura felicidade.
E
Foi em teus braços que me deleitei em campos de rosas tortas.
EmE
Você são montanhas disformes, você toma tempo para explorar.
E
E se perguntas do que gosto em ti,
É fácil; essa feiura ao contrário é
o semi-desencanto que me inspira:
AB
O não-ser tem sua própria poesia.
E
Por que achas que não fazem livros
A
Sobre os feios? E não escrevem poesia?
B
E não entoam melodia?
EEmBm
Por que não?
E|-----------0--------9-8-----0----------------2-2-3-2-5-----------5--------4-----3--
B|----------0--------8-----------------0-1-0-0-------------------5---------5-----4---
G|---------5--------9---------0--0-1-3-------0-----------------7---------3------2----
D|--------4--------9--------0----------------2---------------7---------5-------4-----
A|-------5-----8-7---------7-----------------2-------------5---------4--------3------
E|--2-3-4-----------------8------------------0---------------------------------------
Se um escritor náufrago do século XVIII
Dedicasse sua vida à escrita de um
Poema a ti, 'cê acha que os versos
Rimariam?
Aliás, Feia, quantos poetas do século XVIII
Morreriam
Por você?
Mas, querida, não se importe com essas questões bobas -
de alguma forma transcendes
o imperativo dos sentidos;
Ab
Tu és as folhagens sobre as quais me
Deito e dispo e durmo,
Folha de palmeira
Na estrada da vida.
Db
Feia, tu és aquele tal luar através dos altos ramos
Db7M
Escondido, quimérico,
Maravílico
Apenas para quem não tem o olhar cansado.
(silêncio)
Feia, em teu silêncio me calo
E em ti me separo
Pra ficar (melhor) sozinho,
Desacompanhado com você.
G#
Feia, não adianta se olhar no espelho.
AG#F#m
O que vejo não é o que vês e se é metade
A
Do que vejo
G#
Ainda é muito pouco
Mesmo sendo muito.
C#m7
Feia, largue a maquiagem
G#
Deixe de bobagem
A
Ninguém vai te ver;
F#m
Olhos foram feitos para precisar
E quem além de mim
E|----------2-2-4-4---------2-2-1-1------2--
B|--2-2-2-2---------2-2-2-2-------------0---
G|-------------------------------------2----
D|----------0-0-2-2---------0-0-0-0---2-----
A|--0-0-0-0---------0-0-0-0----------0------
E|------------------------------------------
Precisa de você?
Feia, e chegar-se-á o dia em que belo e feio
Serão o mesmo?
Ou serão nada?
Amar-se-á com receio? Preconceito?
E poder-se-á dizer, num futuro
Que fui feito para você,
e vice-versa?
Ainda falta muito (?)