A minha redoma é de alvenaria
Quem sabe um dia transborde alegria
Minhas saudades quantas poesias
No céu do quarto as estrelas já nem brilham mais
E nem o luar ilumina tanta solidão que invade a hora
Chega, senta e entra, e nem pede licença
Se acha dona da mente e da situação, de quem já não quer mais sentir
A dor no peito sem nenhuma razão
As lembranças todas do nosso quintal
Da vizinhança e toda aquela alegria
Era belo o nosso dia e hoje a casa é tão vazia
Chove a chuva em agonia, rega as plantas e as calçadas
Molha as ruas e as vidraças, só não lava a minha alma
Que não cala e não se cansa em procurar as forças imagináveis do impossível
Pra alcançar tanta esperança
Ela existe no meu peito mesmo nesse meu silêncio
E em qualquer lugar que fosse
Eu vou além desse horizonte
Mas a paz é o meu sussurro