Eram dois amigos inseparáveis
Lutando pela vida e o pão
Levando o sonho de cidade em cidade
De serem donos de seu caminhão
Com muita luta e sacrifício
Para pagar em dia a prestação
Se realizava o sonho finalmente
O empregado passa a ser patrão
Suas viagens eram intermináveis
De cansaço, de poeira e chão
E um dos amigos, o recém-casado
Ia ser pai do primeiro varão
Com alegria, vinham pela estrada
Não vendo a hora de chegar
E o caminhoneiro disse ao amigo
Vou lhe dar meu filho para batizar
Mas o destino cruel e traiçoeiro
Marcou a hora e o lugar
A chuva fina e a pista molhada
Com uma carreta foram se chocar
Mas como todos têm a sua sina
Um, a morte não levou
E, agonizante nos braços do amigo, diz
Vá conhecer meu filho porque eu não vou