Ainda lembro do medo
Você escapava entre meu dedos
Todos os dias ao te ver no espelho
Ainda lembro, ainda anseio
De me afogar nos seus desejos
O medo me faz perder o ar
Te deixei escapar como vento
Livre, livre do meu pensamento
E sei que nunca vai me perdoar
A garganta arde, o seu quadro queima
O estômago ácido, acendo um cigarro
Tão amena quanto fumaça você fluiu
Num trago te trago, mas apenas o vício me consumiu
Eu ando pelo chão frio, busco te reviver
Pés descalços pelo jardim dos que jaz se foram
Desperto do vício e compreendo
Que você renasce em cada frenesi
Como uma semente germinante
Ou um novo cigarro aceso
Percebo então que apenas eu feneci