Uma China velha de beco andou batendo as canjicas
Que eu andava de retosso com a crioula Fidirica -
Por causa de uma lambança quase um homem se complica
Eu vivo com uma baixinha que apelidei de nanica
Cria lá de Catuçaba, da raça braba dos Bica
Bem na hora do almoço
Se jogou no meu pescoço igual uma jaguatirica
Encrenquei com a mulher veia
Foi pior que briga de foice
Murchou as duas oreia
E quase me capa num coice
Caiu o oitão do rancho e nós peleando enfurecido
E ela saltou pro terreiro, e já deu um nó no vestido -
Me sentou um marca touro, vinha em rumo ao meu ouvido
E se eu não caísse fora em dois tinha me partido
Por causa do tal fuxico, veja o quanto eu tenho sofrido
Com essa mulher endiabrada
Louca das ventas rasgadas que não respeita o marido
Meus tarecos eu reparti com a chinaredo da vila
E agarrei as rédeas do mundo e nos bolso sem nenhum pila
Todo o taura corajoso na estrada arruma a mochila
E o amor desencontrado, quando não mata, aniquila
Longe desta cascavel levo uma vida tranqüila
Foi e não me arrependi
Só Deus sabe o que eu sofri nas unhas dessa gorila
Guenta os corcóvios da vida tem que ser macho e ginete
Morar no olho da rua quem já teve palacete -
Sai alumiando o sabugo, no rabo trinta foguetes
Já anda encostando a cerca quem quis puxar meu tapete
Arrependida e chorando, manda recado e bilhete
Comenta que ainda me ama
Sente saudade da cama do cuiudo do Alegrete