Não existe coisa mais livre e selvagem
Que o passar do tempo
Como ele pode ser uma prisão?
Eu que já fiz tudo na vida
Agora preciso ser lembrado
E lembrar de não morrer ainda
Como é doce o tempo que escorre
Nos cantos da boca
Seriam palavras, palavras, palavras
De relevância pouca
E as estradas que trago em meu rosto
Foram abertas a poucos segundos
E ninguém no mundo jamais caminhou
E meu olhar severo e pesado
Traz o peso do mundo e o passado
E as pegadas que ninguém jamais apagou
Segue o fluxo a memória se vai
O passado como a luva não me cai
Porque o meu tempo ainda não passou
Cada um leva a vida que leva
Tenho que lembrar de não morrer ainda
Porque o meu tempo ainda não passou