É no forró dos véi que eu vou me acabar
A coluna tá doendo começou a envergar
Vou chegando de mansinho que é pra festa começar
Pego logo a Zenaide, dois pra lá e dois pra cá
Tava lá dona Maria vendedora da Avon
Uma catinga de fumo misturado com baigon
Agarrou Sebastião, eita que o forró tá bom
Conheci nesse forró uma véia muito fina
Viúva de seu Quinzim, chamada dona Divina
Não queria ser coroa, se achava uma menina
Quando o zabumba tocava pulava que nem cabrita
Seu Mané já chei das cana, doido pra agarrar mulher
Tentou abraçar a Creuza e foi aquele labacer
Me respeito sou donzela, eu não vivo em cabaré
Disse ela pra Mané
Seu Luís que era vaqueiro da fazenda de seu João
Acostumado com vaca, e sem muita educação
Passou a mão em Tereza, começou a confusão
Tereza empurrou Luís, que esbarrou em Bastião
Derrubou dona Maria com toda força no chão
Valei-me nossa senhora, gritaram na multidão
A 'partir desse momento o desmantelo foi grande
Só via veia correndo, e os véi se atracando
De vez em quando passava uma bengala voando
No final da confusão veja o que aconteceu
Bastião perdeu a chapa, Maria se escafedeu
Seu Luís sem a chinela de uma carreira que deu
Seu mané já desmaiado da cachaça que bebeu