Me ajuda a ver
A tentar entender
Tanta pobreza no mundo
Aonde foi
Toda riqueza erguida
Por nós?
Não está pelas ruas
Nas vielas escuras
Ou nas calçadas frias
Nos pratos vazios
Das crianças famintas
Nas periferias
Descalças, sem cobertor
À margem da vil razão
Na fome, na escuridão
Quebrando aço
Querendo pão
Me ajuda a limpar as cortinas
Encharcadas nas chagas
Dessa escravidão
Pois sozinho vai ser mais difícil
Meu irmão
E naquela avenida
Sob uma marquise
E também de um viaduto
Existe um corpo distante
Excluso e carente
De tudo, tudo, tudo
Em sinais e nos guetos
Nas escolas veleiros
De apego e zelo aos sonhos
Tanta gente precisa
De uma saída dessa solidão
Uma mão
Nos becos e nas esquinas
Nos pátios e praças que vão
Algemas revelam a prisão
Romper o aço
Querendo
Direitos pra toda uma nação
Luta por mais educação
Cultura de paz no coração
Quebrado o aço
Comemos o pão