Como posso ser banido
Se o meu amor continua proibido?
Nessa cidade escarlata
O que vejo é só monocromia
Sem você na minha vida
Não é necessário jurar
Pois prefiro morrer a não te amar
Sendo um insensato gálata
O que vejo é só assimetria
Sem você na minha vida
A lâmina de Teobaldo perfura
O amor entregue à loucura
Sob a Lua de prata
O que vejo é só histeria
Sem você na minha vida
O que está escrito na Lei?
Diga-me, doutor, o senhor sabe
Pra amar é preciso se render
Estrangulei a minha zona de conforto
Quando passei e vi você meio morto
Ouvi dizer na minha grei
Do feito da prostituta Raabe
A beleza está no compadecer
E mesmo que isso soe clichê
O verdadeiro amor não busca um porquê
A minha pele eu subjuguei
Como um deserto para um Árabe
A vida é mais que vencer
Meu coração anseia por bonança
E para ser salvo é preciso voltar a ser criança
Sou eu quem fez enferma Cleópatra
Eu sou a causa de um crime
Eu transporto-vos a um estado sublime
Como o ardor de um própolis na garganta
Ou o calor repentino que tem uma santa
Sou eu quem fez chorar o alcoólatra
Que torna meus lábios impuros
Ou devora frutos maduros
Como a geleia produzida pela abelha
Ou o nosso beijo provocando centelha
Sou eu quem fez suicidar o idólatra
Que de volúpia trouxe escama
Pras janelas que davam pra sua dama
Como um casal de cisnes na beira de um lago
Ou você me deixando gago