Teu olhar de campo e sanga
Mergulhado num sorriso
Teu cabelo negro e liso
Qual a seda do meu lenço
Imortal calor intenso
Quando chego frente a sanga
E a mais doce das pitangas
Por amor, sabe o que penso
Quero um beijo, junto às pedras
Onde banhas teu perfume
Onde os peixes têm ciúme
Quando estou nas tuas preces
Onde a natureza desce
Com seu sangue e esplendor
E um casal de campo e flor
Tem a alma que merece
Onde os índios se banharam
Molhou o nosso querer
Onde as sombras se afogaram
Hoje, vamos renascer
Onde lavas teus vestidos
Quero banhar o meu ser
E depois pedir a Deus
Teu mundo para viver
Quantos romances brotaram
Nas sangas vivas do campo
Quantos pingos esperaram
Maneados em seus encantos
Que, campo e flor mergulhassem
Ardentes, cadentes
Ultrapassando o inocente
Que habita a simplicidade
De nascer, campo e verdade
E na sanga da humildade
Banhar o amor, simplesmente