Pureza não é sinônimo de inocência
Voz calma nem sempre de paciência
E se eu gosto de drama
Não é que eu ame a maldade
É só uma forma de burlar a insanidade
Disserto a tragédia não por vontade
De vê-la na humanidade
Analiso os fatos e as obras de artes
Flores também nascem
De corações covardes
Não me olhe como um objeto de sedução
Minhas frases calientes não são
Pra chamar tua atenção
E meus gestos de simpatia jamais serão
Convites para tua depravação
E tudo o que habita minha imaginação
Não necessita de tua aprovação
Também quero que saibas que o meu coração
Não está pedindo pela tua bênção
Não estou em tuas mãos
Se pareço calma
É porque tenho a certeza
Que num rosto molhado
Existe certa grandeza
O que chama de bobagem
Chamo de persistência
Inocência
Inocência
Inocência