Abaixo o militarismo
Nesse campo de batalha!
Fascistas não passarão
Corregedoria falha!
Pregam democracia
Metralha petralha
Plebe-rude no congresso
Eles são mera gentalha!
Uma antiga revolta que trago aqui comigo
Abuso de autoridade na favela traz perigo!
Fico puto quando escuto
Os policiais foram absolvidos!
É por essas e outras que o meu rap deve ser ouvido
A coisa tá pra lá de séria
Isso não é brincadeira!
Não sabem diferenciar
Uma arma de furadeira
É preto? É marginal!
Já afirmam de primeira!
O rap é meu partido
E a anarquia é minha bandeira!
Policiais na ponte jogam motoboy de cima
Depois, no julgamento, chora igual menina
Me pergunto qual foi o nível da melanina
Me pergunto até quando vai durar essa chacina!
Taca fogo nos racista
E arranca a cabeça!
Minha rima é pesada
Ela é tiro de escopeta!
O mundo tá bugado
Ateu defende padre
Julio Lancelotti cuida da sociedade
Traz pros irmãos da rua
Dignidade
Burguesia atrapalha essa nossa luta de classes!
Oportunidades do capitalismo é uma mentira!
No instinto do consumismo grandes magnatas miram
Pra assistir expurgo social se reuniram
Bota pobre um contra o outro
De camarote assistiram!
O patrão da empresa suga seu sangue e suor!
Carga horária, trânsito, volta pra casa só o pó!
Pregam que o capitalismo libertário é o melhor
Bolivianos escravizados na indústria da moda sem dó!
Haitianos, angolanos, moçambicanos
Abordagem xenofóbica, eles estavam trampando
Na barraquinha de camelô
Vendendo uns pano
Os PM do centro chegaram logo massacrando!
Taca fogo nos racista
E arranca a cabeça!
Minha rima é pesada
Ela é tiro de escopeta!
Mano, é tanta revolta que falta rima!
Falam de maconheiro, mas abusam da cocaína
Quadrada engatilhada, lata cinza na esquina
Nas favela do Brasil, na madruga, carnificina
Bota polícia na rua no bloquinho de carnaval
Puteiro legislativo, é suruba social!
Negociam democracia, no congresso é bacanal
No meio dessa treta é o pobre que se fode no final
Saúde pública tá uma calamidade!
O prefeito vende o trem
Privatiza a cidade!
Só no tempo de eleição visita a comunidade
Não faz mais que a obrigação
Mas pra ele é caridade!
Juventude abandonada, privada da educação
Genocídio em massa no futuro da nação!
Privam do conhecimento, fabricam outro ladrão –
Negligenciado foi
Do crime pra o caixão!
Taca fogo nos racista
E arranca a cabeça!
Minha rima é pesada
Ela é tiro de escopeta!