Lacunas impreenchíveis
Se abrem dentro de mim
Falta calor no meu Sol
Gênio no meu Aladim
Chamando por quem não vem
Lutando em favor do bem
E ganhando o nome de ruim
Por mais que me esclareçam
Eu continuo indeciso
Por tua culpa meus lábios
Não brotarão mais sorriso
Para desengano nosso
Fazer-te o bem eu não posso
Fazer-te o mal não preciso
Vou curtir minha saudade
Nas brancas noites de Lua
Cantar como um caturramos
Na alva cascata nua
Vou erguer os meus quiosques
Entre os paredões dos boques
E nunca mais ir a rua
Vou me defender dos olhos
Das sugestões das cadinhas
Um dia se eu tiver chance
Soltarei três andorinhas
Por entre nuvens e gazas
Zelar te trarão nas asas
Cantar com notícias minhas
Se eu resolver um dia
Deixar selvagens aldeias
Eu vou a beira da praia
Ouvir as tristes serias
Cantando pra não chorar
Vendo as esponjas do mar
Varrendo as brancas areias
Vou curtir as minhas noites
No olor da castelã
Sonhar com teu corpo nu
Entre as estufas de lã
Pisos frisados de cobres
Não há objetos pobres
No quarto da cortesã
Enquanto não for possível
Adquirir teus amores
Vou retirando o perfume
Das bem pequeninas flores
E no cheiro das neblinas
Faço as minha cavatinas
Te dedico as minhas dores
Tu és o mais lindo gênio
Que a natureza compôs
Vou guardar os meus martilho
Para te contar depois
Não tarde adormecer
Que o solta que falta nascer
Vem pra clarear nos dois
Não tarde adormecer
Que o solta que falta nascer
Vem pra clarear nos dois