É que eu não sei tu é um remédio
Um placebo ou mais um sintoma
Um fardo, um privilégio
Um beijo ou um hematoma
São traumas do colégio?
São males do meu genoma?
Não sei se tu me trava de fato ou me impulsiona
Lembrei do Cassiano quando vi a Lua cheia
Na noite a pele soa
Todos seus defeitos cheiram
O que te condiciona? Me diz o que te incendeia
Vi que minha liberdade não enchia geladeira
Já tá no fim ano
Não fiz novos amigos
E afastei os que eu amo
O tipo de inimigos que une gregos e troianos
Queria que sorríssemos da forma choramos
Da forma que morremos
Não sei mais se eu te amo
Se eu te quero ou se eu te odeio
Não quero ser humano
Eu não quero mais sentir medo
No céu que fabricamos
Matamos, adoecemos
Nessa cama descansamos, cultivamos pesadelos
Nos falhamos, em planos que no fim nem escolhemos
Nos oramos, pra deuses que enterramos
E juramos que ainda cremos
Sofremos a medida que amamos
Amamos na medida em que perdemos
Porque somos pequenos
Porque somos humanos
Porque somos humanos
Porque somos humanos
Porque somos humanos
Porque somos
Porque somos humanos
Me beije enquanto escrevo
Me ame enquanto eu morro
Enquanto eu me apaixono
Pelo que é passageiro
Os dias viram meses acho que envelhecemos
Agora nós seremos serenos ou justiceiros
Travesseiros ou caveiras onde descansaremos?
Nos rimos, discutimos e por fim nos perecemos
Nós já não parecemos como era no começo
Por isso eu aparento muito mais do que apareço
Preciso achar um jeito, acho que não tem jeito
Cansei de ser a causa pra não desfrutar do efeito
Preciso ser eu mesmo
Na hora em que eu me deito
Lembrei que um dia fomos
Antes mesmo de sermos
Não vemos o que temos
Porque somos humanos
Porque somos humanos
Porque somos humanos
Porque somos humanos
Porque somos humanos
Porque somos
Porque somos humanos
Porque somos pequenos
Porque somos humanos
Porque somos humanos
Porque somos humanos
Porque somos humanos
Porque somos
Porque somos humanos