G C G
A chuva guasqueada castigou o rancho a noite inteira
D
Pingando goteiras nas telhas quebradas que o tempo gastou
D7
O sono perdido tomou outro rumo pela madrugada
G
Na erva lavada, a maré de sonhos que se bandeou
C G
Nas frestas respingam lágrimas de chuva e aguaceiro
D
E lá no terreiro um galo encharcado traz vida pras casas
D7
A manhã se espreguiça, cinzenta e vazia, clareando o oitão
G
E o angico chorão orgulha sua ira findando em brasas
C G
(Neste aguaceiro que inunda os campos pelas invernias
C D
Minha alma vazia, alheia ao silêncio que se aquerenciou
C D G
Reponta ilusões na ânsia incontida que já fez morada
D D7 G
Campeando na estrada um olhar perdido que se desgarrou)
C G
A mangueira de pedra, inerte no tempo, num sono profundo
D
Demonstra que o mundo se acaranchou em sua porteira
D7
As vidas passadas guapeiam lembranças pelo rancheiro
G
De quem já partiu, deixando saudades para a vida inteira
C G
Um poncho se abre, com asas de noite goteando no chão
D
E a tal solidão acarancha tristezas no peito da gente
D7
O olhar se perde no imenso vazio que a manhã reponta
G
E nem se dá conta do quadro bonito pintado pra gente
C G
(Neste aguaceiro que inunda os campos pelas invernias
C D
Minha alma vazia, alheia ao silêncio que se aquerenciou
C D G
Reponta ilusões na ânsia incontida que já fez morada
D D7 G
Campeando na estrada um olhar perdido que se desgarrou)