É muito triste, meus senhores e senhoras
Uma tragédia que eu agora vou contar
Peço licença para todos os compositores
Para nestes versos este fato eu declarar
Lá em Rio Verde, no interior de Goiás
Um triste drama, em uma noite, aconteceu
No outro dia, quando a luz do Sol chegou
Uma notícia pelas ruas percorreu
Joaquim Silvestre de Oliveira
Homem bruto, sem coração
Apaixonou-se pela própria filha
Sendo que ela ia se casar
Resolveu então matá-la
Com as suas próprias mãos
Coitadinha, sem defesa
Nada não pode fazer
No escuro ela gritava
Ainda tentava correr
Mas a morte lhe cercava
Inocente, não esperava
Que naquele instante ia morrer
Foi quando o pai assassino
Matou-a sem compaixão
Com nove facadas no peito
Caiu sangrando no chão
Ei, Socorro! Ela gritou
Mamãe, me acode! Papai me matou!
Naquela hora, pobre mãe desesperada
Para socorrer a sua filha ela avançou
Mas o maldito assassino endiabrado
Pegou a pobre mãe, também assassinou
Por sorte ainda escapou uma criança
Que num cantinho escondeu do assassino
Ele chamava sua mãe e a irmãzinha
Desesperado, lamentando o seu destino
Sônia! Mamãe!
Sônia! Mamãe!
Meu Deus, meu Senhor!
Todos mortos, que horror!
No outro dia saíram para o cemitério
Muita gente acompanhando os dois caixão
Hoje reside em uma estranha moradia
A mãe com a filha debaixo de um frio chão
Joaquim Silvestre, o cruel pai assassino
Está sofrendo nas grades de uma prisão