Se cruzo o pala por sobre o colo
De pronto embalo, meu zaino antigo
O Figueirilha perfuma o rumo
Quando eu me aprumo a cruzar caminho
Nos eucalipto eu afrouxo a cincha
Pra saber notícia, e benzer o pecado
Uma sardinha, meia bolacha
E um trago largo de um vinho adoçado
Qual o mistério? Qual o mistério
Será por farra ou então por vício
A enfurtar a tarde que ao largo passa despercebida
Ao contar da lida no balcão largo de algum bolicho
Seu Riograndino, Seu Riograndino
O senhor me despacha, eu venho atorado
Faz trinta dia que na campanha eu lido solito
E o que eu preciso é dum vinho tinto e prozear um pocado
Por certo o tinto se fez sagrado
Quando aumentado, na mão de Cristo
Pra benzer a tristeza e fingir a alegria
Na sacristia de algum domingo
Quem vem judiado, de légua e pico
Vem campear no tinto a ilusão das penas
Se enxerga num trago adoçando a vida
Recordando a lida De uma prosa buena
Qual o mistério? Qual o mistério
Será por farra ou então por vício
A enfurtar a tarde que ao largo passa despercebida
Ao contar da lida no balcão largo de algum bolicho
Seu Riograndino, Seu Riograndino
O senhor me despacha, eu venho atorado
Faz trinta dia que na campanha eu lido solito
E o que eu preciso é dum vinho tinto e prozear um pocado