Eu ergo um muro com palavras que não sinto
Desenho um mapa de um caminho pra bem longe
Visto a armadura da indiferença, tão polida
E por dentro, a alma grita em carne viva
Tudo o que eu faço é um teatro ensaiado
Pra te provar que eu já te esqueci por todos os lados
Mas cada gesto meu, frio e calculado
É um passo em falso, um grito desesperado
Mas que ironia, essa minha fortaleza
É toda feita de papel, não tem defesa
Quando a saudade sopra, vira ventania
E rasga todo o orgulho, a minha covardia
Deixando claro, em cada linha torta
Que o meu amor por ti é a única porta
Já conheci o chão de um jeito muito amargo
Por isso o medo mora nesse espaço vago
Então, me escondo nesse labirinto que eu mesmo traço
E o silêncio aqui de dentro tem o som do seu abraço
Que eu nego ao mundo, mas imploro em pensamento
Cada segundo longe é um teste, um tormento
Eu sou o arquiteto desse meu isolamento
E o prisioneiro do meu próprio sentimento
Mas que ironia, essa minha fortaleza
É toda feita de papel, não tem defesa
Quando a saudade sopra, vira ventania
E rasga todo o orgulho, a minha covardia
Deixando claro, em cada linha torta
Que o meu amor por ti é a única porta
Cansei de ser o engenheiro da minha própria solidão
Desarmo as armadilhas, ponho as cartas sobre a mesa
Entenda os meus fantasmas, perdoe a minha fraqueza
Meu caos só encontra a paz se for na sua direção
E que se dane essa estúpida fortaleza
Ela é de papel, não tem nenhuma defesa!
Deixa a saudade entrar como uma ventania
Pra rasgar todo o orgulho e essa minha covardia
E vai ficar tão claro, em cada linha torta
Que o meu amor por ti, é a nossa porta
É a nossa porta
Deixa eu sair
Pra entrar em você
Deixa eu sair daqui