Fui criado diferente no sistema dos antigo
No meio de gente brava, cara a cara com o perigo
Colecionando galo índio e guizo de cascavel
Só contrato de bigode, nunca assinei um papel
A comida nóis plantava e a mistura nóis matava
Até bacheiro eu já usei de cobertor
Aguentei chuva e tempestade
E preconceito na cidade
Aguentei pulo e o desprezo do amor
O meu pai foi cantador e foi com ele que aprendi
Ouvir Zé Rico e Belmonte & Amarai
Foi embora cedo, mas deixou sua lição
O valor do aperto de mão que fala muito sobre si
Nunca apertar a mão de um homem sentado
Se quiser ser respeitado você tem que levantar
Olhar no olho e apertar com firmeza
Pra eles terem a certeza que tem que te respeitar
Não importa o que você acha de mim
Eu sei quem eu sou e de onde eu vim
Ninguém pediu sua opinião
Eu sei quem eu sou, então
Já vi de tudo: Gente falsa e assombração
Espantei no tapa e oração tudo que quis me ferir
Sem paciência pra escutar muita besteira
Já bati em homem tranqueira pra não ter que discutir
Meu vô foi brabo, foi peão, boiadeiro
No circo, no picadeiro, nem tinha festa de peão
Montava em tudo, cês tinha que ver o homem
Mula, boi e lobisome em qualquer situação
Hoje eu tô bem, eu tô ficando mais maduro
Aprendendo a ver o mundo com outra forma de olhar
Ainda tem coisa que eu tô acostumando
Eu peço paciência até eu me adaptar
Só me respeita que respeito o cê também
Eu não sei de onde cê vem e não posso te julgar
Então não me julgue e por favor só me entenda
Que esse é só o sistema do caipira de falar