Sempre a mesma cena
Dia e noite acontece
Quando a mente ordena
O corpo não obedece
Movendo-se devagar
Quando o corpo sinaliza
O desejo de levantar
A mente não autoriza
Dilema sem explicação
Que nunca desaparece
Quando o doente fica são
Quem era sadio adoece
De ambos dependente
Aos poucos a vida se esvai
Definhando corpo e mente
Se um levanta, o outro cai
Nenhum deles entende
Ou não quer entender
Se deles a vida depende
Dela, sempre irão depender
Mas se agora um quer viver
E o outro só quer depois
Fico no meio, sem entender
Que sou nada, dividido por dois
Nem tudo é como você quer
E nem tudo é como eu quero
Se um sozinho não pode viver
Metade de dois não é um, é zero