No início do século XX
Com a seca e a fome subjugando o Nordeste
O trabalho, a disciplina e a oração de beatas e beatos
Alimentou e manteve vivo, um povo que fugia
Do cativeiro das fazendas e a exploração das terras férteis do Cariri
Graças ao milagre
Milagre
Graças ao milagre da hóstia que se fez sangue
Na boca da beata Maria de Araújo
A cidade Juazeiro se converte em um espaço sagrado
Tendo padre Cícero como seu orientador espiritual
E é nessa vibração que chega à cidade da fé
O beato Zé Lourenço
Recebe do meu padrin padre Ciço
A missão de seguir com o povo para o sítio Baixa Dantas
A estrada é de reza, canto e trabalho
Caminho de penitência que se cruza
Para o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto
Vida viola violência
Maria reza um cordão
Cheia de conta ela pensa
Admirou mundo cão
Admirou mundo cão
Maria minha Maria
Pede na tua oração
Para proteger noite e dia
O povo do caldeirão o povo do caldeirão
Padre nosso pequenino
Me guia no bom caminho
Protegei-me santo menino
Me livrai do mal destino
Protegei me da bala e da faca
Da inveja do inimigo
Oh minha santa mãe das dores
Protegei-me e andai sempre comigo
Oh, caldeirão
Oh, caldeirão
Nas terras da Virgem Maria
Viveu o beato José
Trabalhava noite e dia
Dia e noite em nome da fé
Homem e mulher que lá residia
Não temia fome ou doença
Pois viva da Virgem Maria
Agraciado com a sua bênção
Oh, caldeirão
Oh, caldeirão
A ambição do homem na terra encontrou o beato José
E trouxe para ele uma guerra
Morte e fome em nome da fé
E até hoje quem passa na igreja diante do cemitério
Na frente da cova do beato
Não entende bem aquele mistério
Oh, caldeirão
Oh, caldeirão
Maria minha Maria pede na tua oração
Para proteger noite dia
O povo do caldeirão, o povo do caldeirão