Meu nego, quando me beija, me enche a boca de estrelas
E quando se pôe a comê-las
É um lusco-fusco em céu azul de metileno
Meu nego, quando me abraça, é meio prazer e doença
De tanto que me suga a boca, de tanto que me vira ao avesso
Me deixa moendo os ossos ao me lamber a carcaça
Me seguro pra não ter um troço nem me emborcar na cachaça
E me diz, em tom de lisonja, quando me inspira e dá sorte
Se apostam um trocado nele e pimba
O sonho dá na cabeça
E sai serelepe, o esponja, nos braços de uma vadia
Esbanjando noutra esquina a merreca que ganhei
Tomara que broxe com a mina
Rapina, que agora o entretém