Dizem que Zanza nasceu do batuque
Num beco apertado, entre riso e truque
Com saia rodada, dançava no chão
Fez do morro inteiro seu palco e canção
Trazia nos olhos um brilho que ardia
Sabia de histórias que ninguém sabia
Falava com santo, falava com flor
E onde ela passava, brotava tambor
Zanza não é gente, Zanza é feitiço
É riso que embriaga, é pranto com viço
Quem canta com ela não volta pra trás
Porque Zanza encanta e nunca se desfaz
É voz que arrepia, é dança no chão
É brisa que chega com cheiro de pão
É canto que embala, encanta e seduz
Zanza é palavra que ninguém traduz
Diz o povo antigo, com voz de respeito
Que ela some no tempo e volta no peito
Do samba bem feito, da voz que ecoou
Zanza é memória que nunca calou
Zanza não é gente, Zanza é feitiço
É riso que embriaga, é pranto com viço
Quem canta com ela não volta pra trás
Porque Zanza encanta e nunca se desfaz
É voz que arrepia, é dança no chão
É brisa que chega com cheiro de pão
É canto que embala, encanta e seduz
Zanza é palavra que ninguém traduz