Lá no bairro onde eu moro
Eu conheço um camarada
Toda grana que ele ganha
Ele guarda bem guardada
E fica lá no boteco
Serrando a rapaziada
É o serrote lá do bairro
Não gosta de pagar nada
Todo mundo já conhece
O famoso mão fechada
E só entrar no boteco
O mão fechada logo vem
Ele serra o que é dos outros
Pra guardar o que ele tem
Não gosta de abrir a mão
Nem pra dar os parabéns
Não gosta de dar bom dia
E nem boa tarde a ninguém
Mais fácil um burro voar
Do que ele dar esmola a alguém
Tem dia que ele faz um negócio diferente
Pra beber junto com ele convida muita gente
Mas na hora de pagar ele some de repente
É assim que o mão fechada leva a vida para frente
Gosta de viver encostado nos amigos e nos parente
Se vem circo lá no bairro
Mão fechada se apavora
Se tem show de violeiro
É coisa que ele adora
Já vai na porta do circo
E fica fazendo hora
Ele não entra no circo
Mas também não vai embora
Bate palma pros violeiros
Escutando lá de fora