Quando eu era criança, assisti tristemente
A luta pra sobrevivência que havia em meu lar
Não suportando essa mágoa, resolvi partir
Para tentar minha sorte em outro lugar
Vendo a hora do adeus como foi tão sofrida
Coisas que não se apaga, não se esquece mais
Marca que a espada do tempo nos deixa na alma
Única dor sem remédio que a vida nos traz
Lembro o paizinho de pé no canto da casa
Nossa distância aumentando enquanto eu andava
Os nossos olhos chorando, mas tinha que rir
Drama de um filho partindo e um pai que ficava
Eu fui lutando na vida, distante de tudo
A luta pra sobrevivência até aumentou
Dormindo em trapos que alguém por piedade me deu
Ter por comida o pão de alguém que sobrou
Eu já venci, mas estou tão sozinho ainda
Papai e mamãe já perdi, esta é minha vida
Vou caminhando no tempo, a dizer: Sou feliz
Mas não esqueço a cena da minha partida