A força natural dita a regra do jogo
A água busca o leito, o nobre busca o par
A lei da natureza é sempre se agrupar
O que é fácil a gente aceita, como o rio aceita o mar
Mas quando a voz de Deus nos chama pra remar, se for contra a corrente
A alma sente o peso, o instinto é reticente
Quem recusa o chamado, não entende o criador
Confunde o peso da cruz com a ausência de valor
Ele chegou buscando a vida eterna
Mas trouxe consigo a sua proteção
Jesus olhou no fundo, não pediu uma só moeda
Pediu a renúncia da sua posição
É mais fácil o camelo passar no fundo da agulha
Do que o homem vencer a sua própria natureza
Não é o ouro que impede a entrada no reino
É o orgulho vestido de nobreza
Ah, se a agulha fosse apenas um portão de ferro
Mas é o estreito onde a alma despe todo excesso
Passar o camelo é vencer o próprio eu
É quebrar o espelho que o ego ergueu
Havia uma saída honrosa, ele não viu
Mestre, não serei um pobre a depender
Vou sair da grandeza para reaprender
Pois não é só dar o ouro, é plantar e colher
Não vou só dar o pão e voltar para o trono
Vou ensinar a prosperar, sem ser o dono
A natureza gritou mais que a voz de Deus
Para um rico, perder bens é dor suportável
Mas não ser servido? Isso é inaceitável
Quem serve se apaga para o outro brilhar
E o rico teve medo
Medo de se misturar
É mais fácil o camelo passar no fundo da agulha
Do que o homem vencer a sua própria natureza
Não é o ouro que impede a entrada no reino
É o orgulho vestido de nobreza
Quem serve não acumula, quem serve se esvazia
E o rico foi embora
Na sua agonia
Afastou-se triste, com seus bens na mão
Guardou a moeda, perdeu a salvação
A natureza venceu, o ciclo se fechou
E a parábola eterna no tempo ficou