O mundo já não basta em si
Ele quer me devorar
Ele, o mundo, comporta-se
Como um bicho feroz, sedento e faminto
Eu já não basto em mim
E tento devorá-lo, também
Mas sou tragado
Como a parreira lambida pelo fogo
Assim, deixo-me ser consumido
Pois não há porque lutar
Pois tudo, é o que é!
Já percebeu que a força do destino
Que pensamos estar em nossas mãos
É um pêndulo, como uma mão
Que balança o berço?
Já percebeu que precisamos de fatores externos para cumprirmos algo
E que existe em nós uma força interna
E o desejo de cumprir algo?
Já parou para pensar por que as coisas acontecem?
E como surgem as boas e más ideias
E as situações?
De certa forma
Muitos pensam que dominam a própria vida
Sendo que há fatores
Que sempre nos desapontam em todo momento
Em que somos devorados
Todos os dias por uma grande força motriz invisível
Sem nos darmos conta da finitude
Que existe de tudo que pensamos entender
Em algum lugar no espaço-tempo
Onde o tempo se dobra, na sua infinitude
Pode ser que exista um eu, um você
Tentando alinhar a cronologia do tempo
Para que as coisas por aqui progridam
Da melhor maneira possível
E que o destino realmente faça jus a seu ofício
E que tenhamos a bênção dos deuses
Como sorte