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O Laçador de Barro

João de Almeida Neto

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A estátua do laçador,
Vou fazer outra de barro.

O material que usarei
Há que ser desenterrado
Dum costado de rodeio
Nos paradores do gado,

Pra que este barro contenha
Restos de bicho e de gente,
E quando moldado venha
Com espírito vivente.

Misturo o barro no suor
Dessas minhas mãos de oleiro
E a alma do laçador
É o que procuro primeiro,

Terá que ser alma buena
E volte a nascer de novo
Corajosa mas serena
Como a alma do seu povo.

A estátua do laçador,
Vou fazer outra de barro.

Cuidarei que tenha boca
Fechada, cerrado o cenho,
Pra evitar que solte os gritos
Que nem eu mesmo contenho,

Um chapéu com aba grande
Pras intempéries da vida,
E uma faca que garanta
Que não lhe passem por cima.

Os olhos do laçador
Serão de um azul profundo
Como o céu dos laçadores
Que já se foram do mundo,

Mas que sempre, olhando longe,
Vejam campo e vejam gado,
E não as rugas do arado
Da terra exausta de hoje.

Eu não farei uma estátua
De bronze, quero de barro,
De acordo com a estirpe guapa
Do homem do meu estado.

O bronze leva pros anos
Um Deus imortalizado,
E o barro é o cotidiano
Do campo com seu trabalho.

Quem sabe ver o gaúcho,
Quem conhece esta querência,
Não o vê portando luxo,
Nem soberba e imponência,

Mas vê honra e vê respeito
Num homem trabalhador,
E é justamente este jeito
Que quero pro laçador.

A estátua do laçador,
Vou fazer outra de barro.

Nos pés as botas franzidas
Pelo uso das esporas,
Que não cortam, mas convidam
Pras lidas do campo a fora,

Nas mãos a crina da rédea
Dum gateado de valor,
Que sem um cavalo bueno
Ninguém se faz laçador.

Por fim, o laço de couro
Com a sua argola de aço
Como símbolo de um povo
Que conquistou se espaço.

Uma campeira esperança
De quem tem força no braço,
Pois o que a mão não alcança
Se traz na ponta do laço.

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