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Com licença gauchada, vai cantar um fronteirista
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Que eu também tenho direito, faz tempo que eu tô na lista
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Também tenho uns quereloco e outros quezico de artista
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O meu nome tá escrito, na capa deste processo
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Sou o filho do canário, nada dou e nada peço
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Crioulo de uruguaiana, que aqui me tem de regresso
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Minha vida é um céu aberto, sou um gaúcho moderno
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De telefone de china, já enchi dois ou três caderno
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E afinal sou moço e forte, ganho bem e me governo
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Algumas coisas que eu tenho, eu herdei do meu avô
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O nome e o jeito de macho, foi ele que me deixou
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E essa voz de roncar grosso, pra saberem quem eu sou
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Carrego as bota engraxada, pra fandango de galpão
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Lanchaço e notícia boa, tô sempre em primeira mão
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Vivo rodeado de china, mas vou morrer solteirão
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Não sou melhor e nem pior, e nem igual a ninguém
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Sou assim e por meu jeito, pago o preço que ele tem
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Sou como cusco de circo, brigo mal mas danço bem
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Eu sei que falam de mim, que eu não sei me comportar
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Fumo bebo e jogo carta, e gosto muito de chilhar
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Sou um home cheio de vício, mas prometendo deixar
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Sou um home brincalhão, mas de brinquedo não morro
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E na hora do perigo, sei a quem pedir socorro
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Conheço o cachorro amigo, e o amigo que é cachorro
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Tenho um pricípio comigo, de fronteirista charrua
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Cada coisa em seu lugar, eu na minha e tu na tua
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A mulher e o gato em casa, o home e os cachorro na rua
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Tem gente que me critica, mas eu não posso ligar
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Falem de bem ou de mal, que o importante é falar
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Eu sei que eu não sou dinheiro, pra todo mundo gostar
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Sou pobre mais sou metido, sou feioso mas nem tanto
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Sou um cantor do rio grande, abro os peito e me garanto
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E as moça que tão por perto, se apaixonam quando eu canto
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Vou te propor um negócio, que vai ser uma barbada
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Tu ganha e eu também ganho, tamo a carreira empatada
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Fica me querendo bem, que não vai te custar nada