Int.C G7 C
C G7
Pela cordeona do tempo que abre o fole e não fala
C
Muita moça de campanha bailou seus sonhos na sala
Gm C7 F
Muito romance fronteiro, desses que a noite ainda embala
C G7 C
Teve um floreio primeiro nos alvoroços de um pala
C7 F
Quanta saudade perdida nos toques desta cordeona
C
Ensinou para o pago essa vaneira chorona
Dm G7
E muito foia a razão de uma noite redomona
Dm G7 C
De se entregar o coração pra os olhos d'alguma dona
F
Pela cordeona do tempo, nos ranchos beira de estrada
C
Alumbrados de candeeiro, clareando a copa e mais nada
Dm G7
Quanta promessa foi feita no escuro de uma ramada
Dm G7 C
Pra muita moça direita perder-se na magrugada
Dm
Quanto trago, por desgosto, já se golpeou no balcão
G7 C
Ouvindo sem por sentido essa gaita de botão
Gm C7 F
Dos que procuram no trago uma verdade ou razão
C G7 C
Pra desfazer um estrago guardado no coração
F
Pela cordeona do tempo que abre o fole pra vida
C
Quanta alegria fez casa, quanto rincão deu guarida
Dm G7
Quanto gaúcho campeiro, campeando alguma investida
Dm G7 C
Abriu o peito troveiro, contando os causos da lida
F C
Quanto adeus que ficou, quanto adeus que virá
Dm G7 C
Nas vozes de uma cordeona há muito que se cantar
F C
Porque há quem tome um gole mirando a luz de um olhar
Dm G7 C
Bem antes que feche o fole e depois que o baile acabar.