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O Milagre do Cego Benedito

Marcelo Marcelino

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Benedito é meio cego de nascença
Não vê direito a luz do Sol
Desde pequeno se sentia diferente
E andava sempre só
Mas Benedito sempre foi muito esperto
Tinha coragem e decisão
Já enfrentou até uma gangue de pivetes pra defender
O seu irmão
Vendia doce o centro da cidade pra ajudar a sua mãe

E o seu pai foi num boteco de esquina
Para nunca mais voltar, é que o safado abandonou sua
Família e foi embora para capital
Deixou pra trás sua mulher e cinco filhos
Numa pobreza desigual
Apaixonado enganado e seduzido
Por um romance passional
Morreu largado embriagado e esquecido
Numa cama de jornal

E a sua mãe que sempre foi muito honesta
Começou a trabalhar
Lavava roupa na casa de madame
Não tinha hora para descansar
Ela acordava todo dia muito cedo
Fazia doce pra vender
Ganhava pouco quase nada em dois empregos e
Trabalhava até o anoitecer
De vez em quando batia um desespero e ela chorava
Para esquecer

Benedito andava meio triste
Porque não dava para estudar
Além de tudo ele era muito pobre
Não tinha nem o que calçar
Sua caneta sempre foi uma enxada
E a obrigação de trabalhar

Mas Benedito não perdia a esperança da sua vida
Melhorar e alguma coisa lhe dizia na cabeça
A minha hora ainda vai chegar

Mas teve um dia que os doces acabaram
E sobrou tempo para passear
Andou na rua mais bonita da cidade
E começou logo a sonhar
Se eu também tivesse uma linda casa
E algum dinheiro pra gastar
Eu poderia ajudar minha família
Fazer minha mãe se orgulhar

Mas é que o sonho quase virou pesadelo quando um
Guarda se aproximou discriminando e humilhando
Benedito por sua classe, sua cor
Vai circulando por aí seu vagabundo
A vizinhança já reclamou

Mas como Deus escreve certo em linha torta
Pra confundir sua razão
A casa grande foi tomada pelo fogo
Pelo barulho da explosão
Não é preciso ser um cara muito esperto
Fica bem fácil de perceber
Que aquele guarda que se achava muito certo
Foi o primeiro a correr

Benedito olhou numa janela
E viu alguém louco a gritar
E era só uma criança inocente
Não teve tempo de escapar
E Benedito correu muito depressa
Como se fosse pra roubar
E alcançando o teto da garagem
Conseguiu no incêndio entrar
E protegendo a criança inocente
Ele pulou do segundo andar

E a multidão que por ali se aglomerava
Aplaudiu o nosso herói
E na cidade todo mundo comentava
Que Benedito é o melhor
E o jornal e a TV logo chegaram
Fazendo tudo tão igual
E Benedito rapaz negro e muito pobre
Trabalhador e coisa e tal
Teve seu dia de famoso importante -
Foi em cadeia nacional

O delegado, o sacristão e o prefeito
Trataram logo de se enturmar
O argumento do momento era perfeito
E a eleição estava pra chegar
E Benedito ganhou uma medalha
Que era dourada e de latão

E na cidade todo mundo comentava
Oh! O Benedito na televisão

Benedito que também não era besta
Resolveu se aproveitar
E conseguiu que alguém lhe desse um bom
Emprego e foi atrás de estudar
Venceu a fome, o racismo e a pobreza
Cabeça erguida e sem reclamar
E Benedito se formou advogado
Que é para os pobres ajudar
E se casou com uma amiga de infância
Que costumava lhe dizer
Benedito se você não tem um sonho
Não tem motivos pra viver
A mão de Deus escreve certo em linha torta
Que é para o homem não entender

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