Cifra Club

Grupo B

Marco Telles

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Comprei um campo, preciso ir vê-lo
Como assim? Comprou sem ver?
Vai ver de noite?
Sim, me desculpe

E aí outro vai dizer
Comprei cinco juntas de boi
Preciso prová-las
Comprou um equipamento
De alta tecnologia sem testar?
Vai fazer isso no meio da noite?
Sim, me desculpe

E ainda outro vai dizer
Me casei não posso ir
Esse nem pede desculpa
É a pior das mentiras
Não vai pra festa porque se casou?
Ora, casar-se não é exatamente
A maior razão pra se ir a festas
Em nossa cultura?

Noivas recém-casadas costumavam
Vestir-se com as roupas de suas bodas
Por um ano inteiro
Em todas as festas que podiam
Você está em festa
Por isso não vai pra festa?
Não faz sentido, é patético, não faz sentido

A vida convida todos os dias e ainda assim
Com as mais absurdas desculpas
A gente se afasta da festa
Como se estivéssemos todos debaixo
De um terrível acordo tramado nas sombras

A esposa do lado, uma festa para se celebrar
O filho no quarto, uma festa pra sorrir
A cidade e seus sons, seus rios
O mar convidando uma moça grávida
Festa explodindo diante dos olhos
O vinho, o pão, o livro sagrado
Encontro dos santos irmãos
Tudo gritando, chamando pra ir

Mas comprei um terreno
Meu trabalho exige muito de mim
Não posso celebrar a vida
Comprei cinco juntas de boi
A tecnologia me distrai
Filmes demais, jogos demais
Tudo de mais, não tenho tempo pra vida

Me casei, minha família, meus filhos
Precisam de mim, precisam de inglês
Precisam de Enem, precisam descansar
Não posso perder tempo
Com banquete da vida, e assim
A gente vai mandando aos montes
Poliglotas, gabaritados pro inferno

Que tragédia, não é mais engraçado
Quando a piada é a respeito de nós
O servo voltou e relatou isso ao seu senhor
Então o dono da casa irou-se
E ordenou ao seu servo, vá rapidamente
Pelas ruas e becos da cidade
E traga os pobres, os aleijados
Os cegos e os mancos
E assim no palácio eu me achei
Eu entrei pela porta da frente

Aqui o contador de história nos diz
Que uma segunda lista
De convidados é construída
Essa lista deve ser convidada
De uma forma diferente
Enquanto que no Grupo A o servo deve dizer
Venham tudo está pronto pra segunda lista
O Grupo B o senhor ordena traga
Essa palavra em seu sentido original
Que nós foi traduzida como traga
Aponta não pra um simples trazer
Como alguém que diz segue-me não
A ideia é que esta palavra evoca
Exige contato físico, comprometimento físico
Como se o senhor da festa estivesse dizendo
Traga pela mão, venha guiando
Se for preciso carregue no colo
Se for necessário ponha em seus ombros

Por que que pra primeira lista era um simples
Venham e pra segunda lista traga
Comprometa-se fisicamente?
A resposta é obvia, os primeiros convidados
Eram propícios se quisessem ir
Tinham a roupa certa, sabiam o caminho
Certamente possuíam cervos que os levassem até em carruagens ou nos ombros

Mas os convidados da Lista B mesmo que
Gostassem muito da ideia de ir
Pra esse banquete incomum, entre
Majestade e pobres, não eram capazes
De chegar lá, alguns poderiam dizer
Que lindo convite, mas eu não tenho
Roupa pra ir a um lugar desses

Outro poderia dizer
Eu sou cego, eu nunca fui pra
Aquelas bandas de cima
Nunca estive em outros lugar
Senão aqui no centro da cidade
Esmolando e tateando com dificuldade

E ainda outro poderia dizer
Eu sou aleijado, como é que eu chego até lá
É impossível pra mim
Esse lugar não é pra gente como nós
A gente não é apropriado

Por isso o servo agora deve ser também guia
Não apenas um proclamador desse banquete
Mas alguém que se compromete fisicamente
Com a causa, vai pegar alguns pela mão
Vai vestir outros, vai carregar alguém
Nos ombros, vai suar, vai cumprir sua missão
Ao custo de seu próprio conforto
E foi assim que no castelo eu me achei
Eu entrei pela porta da frente

O convite chegou até gente como nós
Gente que não era propícia
Mas foi propiciada, gente cega
Guiada pela mão, gente incapaz de andar
Carregada no colo, gente como nós
Estrangeiros, alheios dessa notícia incrível
Do banquete da Palestina

O convite foi primeiro anunciado entre eles
Mas virando as costas e fazendo pouco caso
Do banquete, o senhor fervorosamente
Envia os seus guias pra trazer a gente
De longe pra dentro da sua história

Quantos guias foram enviados
Pelo mundo todo, quanta gente
Se comprometeu fisicamente
Financeiramente, emocionalmente pra que
Gentios, forasteiros como nós, que jamais
Andamos pelos palácios de Israel
Não fazemos parte dessa história
Nem pertencemos a esse espaço geográfico
Gente distante, cegos, pobres
Descontextualizados
Gente como nós, ouvisse o convite

Assim a gente foi carregado
Até aqui, graças a Deus por cada um
Desses guias, você se lembra dos seus guias?
A maioria deles já morreu cê não sabe
Nem os nomes dos homens e mulheres
Que se comprometeram pra que esse livro
Estivesse na sua língua, no seu colo
E você pudesse ter o privilégio
De festejar o banquete

Mas tem alguns guias que
Você sabe exatamente o nome, o endereço
Cê sabe quem é que se comprometeu
Com a sua travessia até aqui
Quem te guiou na mão, cê sabe o número
De telefone dessas pessoas e talvez
Não as veja a tempo vai lá
Talvez hoje
Seja o dia, envia um WhatsApp e diz assim
Ei, obrigado por se comprometer
E me carregar até a festa, que Deus me ajude
A fazer o mesmo por alguém
Foi assim que no palácio eu me achei
Eu entrei pela porta da frente

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