Na rua de terra, descalço eu cresci
O Sol no meu rosto, eu nunca fugi
Criança sonhando, sem ter o que temer
Com bola de meia, aprendi a viver
No campo de barro, a gente é rei
Não tinha ouro, mas tinha a lei
Da amizade sincera, do pão dividido
Do riso que nasce mesmo ferido
Da quebrada, eu trago essa luz
Um sorriso que o tempo conduz
A simplicidade é meu farol
Mesmo na chuva, eu sigo o Sol
No beco, o luar vem me abraçar
Com fé no olhar, eu volto a sonhar
A vida é dura, mas tem poesia
Na mão calejada, mora a alegria
Da quebrada, eu trago essa luz
Um sorriso que o tempo conduz
A simplicidade é meu farol
Mesmo na chuva, eu sigo o Sol
Cabeça erguida, peito gigante
Mesmo sangrando, sigo adiante
A voz da favela é canto e tambor
É grito de amor, é força e clamor
Da quebrada, eu trago essa luz
Um sorriso que o tempo conduz
A simplicidade é meu farol
Mesmo na dor, eu sigo o Sol
Na quebrada, a gente aprendeu
Que o pouco é muito, que o sonho é meu
Ser feliz com o que a vida dá
E lutar sem medo de recomeçar