Já são 3 da manhã
Tô no centro de santos
Não tem ônibus nas ruas
Só eu e as putas
Não lembro de onde vim
Só sei que sou assim
Vou mijando no Valongo
Com frio, com fome e sono
Foi então que eu vi
No museu do Pelé
Quatro homens de pé
Me dizendo
Irmão, venha aqui
Quem diria
Que hoje você iria ver
Os profetas da boemia
Me aconselharam
Me fizeram quem eu sou
Agora sou assim
Sua mãe não reclamou
Fumo o charuto da macumba
Enquanto procuro minha cura
Bebo whisky paraguaio
Aonde aceita fiado
Irmão, venha aqui
Quem diria
Que hoje você iria ver
Os profetas da boemia
E no alto da bebida, sinto um frio na barriga
Foi quando começou a desgraça
Acabou o dinheiro pra comprar cachaça
E no alto da loucura, não aguentei
Atravessando a catraia os Profetas avistei
Cheguei a exigir que me livrassem dessa vida
Nunca mais eu quero pra mim viver na boemia
Mas os profetas apenas olharam e disseram