Prazeres
Há muito tempo estou querendo te encontrar
Pra te dizer
Que eu me vejo refletida em seu olhar
Mocambo dos macacos em cortejo, é carnaval
Da África sonhada à Praça Onze original
Um dengo de Ciata que nos faz lembrar
Dos ranchos, a nossa raiz
O despontar de um jovem Lino, do atabaque, aprendiz
Xangô guiou seu filho descendente do Lundu
Ponto riscado, salve o Alabê Nilu
No congá
É que o samba nasceu no terreiro
(Macumbembê, samborembá)
Tem viola, cavaco e pandeiro
(Macumbembê, samborembá)
Mano Heitor é de nobre linhagem
É a própria malandragem
Nosso povo a vadiar (no Boulevard)
Hoje
Um pierrô apaixonado em pleno céu
Canta
A Colombina mais amada de Noel
Deixou falar a Rosa de Cartola
Que a arte fez escola
Viva Paulo e Espinguela
O sol pintando e bordando
A lua em azul e branco
Num cenário de aquarela
Desperta, afro-rei, nossa alma brasileira
Entidade altaneira
No berço do Carnaval
Sou Vila
Nossa Escola de Samba é madeira
Do Morro do Pau da Bandeira
Aos palcos do Senegal
Toca macumba, aqui é Casa de Bamba
Toca macumba, é o Povo do Samba a cantar
É Heitor o sonho que eu sonhei
Em Vila Isabel é lei: Jamais deixar de sonhar