Eu vim no rastro do vento
Sou do tempo, aprendiz
Chuva de arrancar raiz
O meu tronco é truculento
Mas quanta ternura tem
No peito brota uma flor
Essa folha que retém
A candura e o meu amor
Eu sou a pedra da terra
E a fera é minha irmã
A mãe da grande anciã
E do bezerro que berra
Quem cuida de mim é a água
Da árvore sou alimento
Eu bebo o rio barrento
Sou do fogo a sua frágua
Me desfolho, mas o fim
É também minha chegada
Qual perfume de jasmim
Logo sou nova florada