Eu sou o filho esquecido
Das mães abandonadas
Dos pais negligentes
Da rua que rouba o berço da criança
Que chora por ter fome todas as manhãs
Vivendo no esgoto
Vida miserável
Criança no lixo
Fome não é pecado
Roupas rasgadas e cadernos sem capa
Sem comida na mesa servida pela empregada
Realidade de mais de um milhão
Não é da sua conta porque você é patrão
Criança nas ruas perdendo a inocência
Seu rabo, da cadeira, fudendo nossa existência
Fome nas ruas
Sem nada no bolso
Vivendo uma vida cheia de desgosto
Fome nas ruas
Sem nada no bolso
Vivendo uma vida cheia de desgosto
Fome nas ruas
Sem nada no bolso
Vivendo uma vida cheia de desgosto
Fome nas ruas
Sem nada no bolso
Vivendo uma vida cheia de desgosto
Vivendo no esgoto
Vida miserável
Criança no lixo
Fome não é pecado
Roupas rasgadas e cadernos sem capa
Sem comida na mesa servida pela empregada
Realidade de mais de um milhão
Não é da sua conta porque você é patrão
Criança nas ruas perdendo a inocência
Seu rabo, da cadeira, fudendo nossa existência
Fome nas ruas
Sem nada no bolso
Vivendo uma vida cheia de desgosto
Fome nas ruas
Sem nada no bolso
Vivendo uma vida cheia de desgosto
Fome nas ruas
Sem nada no bolso
Vivendo uma vida cheia de desgosto
Fome nas ruas
Sem nada no bolso
Vivendo uma vida cheia de desgosto
Vi ontem um bicho na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos
Quando achava alguma coisa, não examinava nem cheirava, engolia com voracidade
O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato
O bicho, meu Deus, era um homem
Um pai no caixão e seu filho no farol
Você na praia tomando Sol
Uma mãe chorando de barriga vazia
Com a família vivendo em agonia
Escolas sem merenda por sua estupidez
Seus filhos festejando a nossa morbidez
Do outro lado da ponte não tem esperança
Pagamos pela sua ganância
Realidade de mais de um milhão
Não é da sua conta porque você é patrão
Criança nas ruas perdendo a inocência
Seu rabo, da cadeira, fudendo nossa existência