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Modos

por Junior Jr • 24.075 visitas desde %fecha%

MODOS 
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Não existe um método padrão para ensinar ou aprender Modos; como eles baseiam-se praticamente no "feeling" de cada instrumentista, o que se pode fazer aqui é ensinar a teoria de formação de cada um dos modos e tentar sugerir uma utilização comum. Depois de completamente dominados, caberá a cada um de vocês sentir o clima criado pelo seus usos e aplicá-los de acordo com o seu talento. É claro que após algum tempo de uso, o gosto pessoal indicará sua tendência (alguns já se decidem logo nas primeiras experiências - certos modos não "passam pela garganta" simplesmente ao ouví-los a primeira vez...). 

MODOS não são aquelas frescuras de como se sentar à mesa, usar os talheres de forma correta ou dobrar o dedo mínimo quando pegar uma xícara... Também não podemos confundir MODOS com marca de absorvente íntimo... 

Os Modos são, de maneira curta e grossa, somente novas escalas, derivadas de uma escala maior. Acredito que após todos os nossos artigos, todos vocês saibam como derivamos uma Escala Menor de uma Escala Maior: simplesmente extraímos as mesmas notas, na mesma ordem, da Escala Maior a partir do seu VI grau. Ué - então a Escala Menor é somente um Modo? Teoricamente, sim - mas não nos referimos à ela desta maneira por diversos outros motivos, que incidiriam numa volta às origens da Teoria Musical (o colunista da Harmony Central, David Good, recomenda: se quiser saber o final desta história, faça pós-graduação em História da Música Universal - mas avisa que não vai sobrar tempo pra você praticar seu instrumento...). 

Vamos dar uma relembradinha - utilizemos (de novo!de novo!) Dó Maior (C). 
Nossa escala Maior é: 
C - D  -  E  - F  - G - A  -  B  -   C 
I - II - III - IV - V - VI - VII - oitava 

Contando a partir do VI grau, temos a relativa menor: (Am) 
A - B - C - D - E - F - G - A 

Baseados neste mesmo conceito, podemos constatar que é possível formar outras escalas, começando em cada um dos graus da Escala Maior - é assim que formamos os Modos. E o que difere um do outro, embora todos contenham as mesmas notas, é sobre qual tom e progressão estaremos tocando nossa melodia. 

Começando em D (ré) e prosseguindo na mesma escala de C (dó maior), teríamos: 
D - E - F - G - A - B - C - D 
É claro que são as mesmas notas, mas partimos do II grau. Isto é chamado de Modo DÓRICO (Dorian Mode). Se você usar estas notas e fizer uma pequena melodia solada sobre o acorde de C, vai parecer exatamente como a escala de C (o que não refrescou em nada...). Mas se você pedir a alguém que toque um acorde de Dm (ré menor) enquanto você debulha algumas notas desta escala, vai sentir uma diferença enorme no clima obtido. Porque usar o acorde de Dm? Onde você estava na aula de Campo Harmônico? Aos preguiçosos e turistas, vou recolocar o quadro de Campo Harmônico de C (dó maior): 

+----------------------------------------------------+ 
|         CAMPO HARMÔNICO DE: C (dó maior)           | 
+----+-------+-------+-------+-------+-------+-------+ 
|nota|   3   |   4   |   5   |   3   |   4   |   5   | 
+----+-------+-------+-------+-------+-------+-------+ 
| C  |   C   | Cmaj7 | Cmaj9 |  CEG  | CEGB  | CEGBD | 
+----+-------+-------+-------+-------+-------+-------+ 
| D  |  Dm   |  Dm7  |  Dm9  |  DFA  | DFAC  | DFACE | 
+----+-------+-------+-------+-------+-------+-------+ 
| E  |  Em   |  Em7  | Em7b9 |  EGB  | EGBD  | EGBDF | 
+----+-------+-------+-------+-------+-------+-------+ 
| F  |   F   | Fmaj7 | Fmaj9 |  FAC  | FACE  | FACEG | 
+----+-------+-------+-------+-------+-------+-------+ 
| G  |   G   |  G7   |  G9   |  GBD  | GBDF  | GBDFA | 
+----+-------+-------+-------+-------+-------+-------+ 
| A  |  Am   |  Am7  |  Am9  |  ACE  | ACEG  | ACEGB | 
+----+-------+-------+-------+-------+-------+-------+ 
| B  | Bmb5  | Bm7b5 |Bm7b5b9|  BDF  | BDFA  | BDFAC | 
+----+-------+-------+-------+-------+-------+-------+ 

Notaram que, por "mera coincidência", o acorde correspondente ao II grau no Campo Harmônico de C é exatamente Dm? 

Podemos fazer o mesmo com todos os graus, obtendo um Modo diferente para cada grau em que iniciarmos. Na tabela abaixo temos todos os Modos, com suas características: 

--------------------------------------------------------------------------------- 
Grau    Modo                     Som Característico 
---------------------------------------------------------------------------------
I       Jônico (ionian)          Maior - majestoso, alegre, aberto 
II      Dórico (dorian)          Menor - choroso, "country" 
III     Frígio (phrygian)        Menor - pesado, "dark", heavy-metal 
IV      Lídio (lydian)           Maior - doce, suave, uso geral 
V       Mixolídio (mixolydian)   Maior - levemente triste; a base do rock & blues 
VI      Eólico (aeolian)         Menor - triste, "down", - escala menor natural 
VI      Lócrio (locrian)         Menor - som oriental 
---------------------------------------------------------------------------------

Determinamos acima os Modos como Maiores ou Menores dependendo da tríade formada pela tônica do grau. No caso do Campo Harmônico de C, por exemplo, podemos verificar na tabela acima que o Modo Mixolídio é Maior porque a tríade formada com tônica no V grau é G (sol maior). Já o Modo Eólico é Menor, por se basear na tríade formada com tônica no VI grau, que é Am (Lá Menor). 

Na prática, o que perceberemos é que podemos utilizar as mesmas notas, e, apenas trocando a nota pela qual iniciamos e terminamos o solo (ou seja, trocando a tônica da escala para outro grau), conseguiremos diferentes "climas" ou "sentimentos". É claro que precisamos entender como funcionam os Modos: eles só diferem da Escala Maior se estivermos tocando sobre o acorde correspondente ao grau que gerou o Modo (ou sobre uma progressão baseada neste acorde), e utilizando o grau do Modo como tônica (iniciando e terminando o solo neste grau). De outra forma, a escala soará exatamente como a Escala Maior, e todo o nosso estudo não serviu para nada... 

Vamos a um exemplo? Peça para alguém tocar esta progressão: 
Em - Em7 - Bmb5 - Am7 - Em 

Use as notas da Escala Maior de C, mas no modo Frígio (a partir do III grau = E), 
e dê uma soladinha, acentuando G como início/fim das frases: 
E - F - G - A - B - C - D - E 

Continue solando nas mesmas notas, de C a C, mas peça ao seu amigo para tocar outra progressão: 
C - F - G7 - C 

Ficou arrepiado, não? Na primeira progressão (o início de "Is this Love?" - Whitesnake), o clima é totalmente down, bem Lexotan - e o solo fica com esta cara de depressão total. Mas durante a segunda progressão, temos um clima Maior - o solo vira algo alegre, aberto,  completamente diferente da primeira. E USANDO AS MESMAS NOTAS !!!!!!! 

Como um bom visitante de nossa coluna de artigos, É ÓBVIO que você já montou todas as tabelinhas de Campo Harmônico e já tem, desde o artigo "Escalas", todas as escalas maiores prontinhas, não é verdade??? NÃO? Azar o seu - vai ter que montar tudo agora, pra poder aproveitar na prática esses conceitos usando Modos. 

Faça para cada escala os 7 modos possíveis - nomeie, escreva o Acorde correspondente a cada Modo em cada Tom, entenda cada clima, pegue um amigo e estudem juntos. Os benefícios da utilização de Modos e seu domínio completo vão influenciar de maneira decisiva suas composições, seus improvisos e sua capacidade de transcrever músicas. 

Quer uma prova de que você já acrescentou algum conhecimento ao seu acervo cerebral? 
Você utilizaria o Modo Dórico para tirar uma Música do Metallica? 
E o Modo Jônico para improvisar sobre uma progressão blues? 
Quer mais absurdo que usar Modo Frígio numa música do Chitãozinho e Xororó? 

Vamos brecar aqui - você conseguiu entender e responder às 3 perguntas acima, certo? 
Então vamos complicar um pouquinho - e nos maravilhar com as possibilidades abertas ao entendermos profundamente os Modos. 

Até aqui aprendemos como obter diferentes modos sobre o mesmo tom: pegamos a escala maior, num determinado tom, e derivamos 7 escalas a partir de cada um dos graus - resultando nos 7 modos. 

Outra maneira de obter mudanças de Modos é manter a Tônica da Escala Maior e mudar o tom, mostrando desta maneira, de forma mais real, as diferenças entre os Modos e a Escala Maior. 
Este método requer uma maneira de pensar um pouco diferente da anterior a cada vez que mudamos de Modo, mas em compensação é muito mais positivo no que tange às mudanças de clima entre os diversos Modos. Volto a frisar a necessidade de termos o domínio sobre todos os conceitos teóricos vistos até aqui - depois, não me venham com pilhas de e-mails dizendo que este artigo é muito complicado... 
 

Vamos continuar com a nossa velha Escala Maior de Dó (C): 

C-D-E-F-G-A-B-C 

E------------------------------------------- 
B----------------------------------10-12-13- 
D--------------------------9-10-12---------- 
G------------------9-10-12------------------ 
A----------8-10-12-------------------------- 
E--8-10-12---------------------------------- 

Esta é a Escala Maior em seu Modo natural, iniciando em C. Como já vimos, é chamada de Modo Jônico. Nada de novo - continuemos. 

Vamos imaginar que no meio da progressão encontramos um acorde C7 (que contém uma VIIb - ou sétima menor, que é a 7a. Maior, bemol - neste caso, Bb). Então, ao invés de tocarmos a VII na nossa escala, temos que usar a VIIb. Tudo bem, afinal, é só uma notinha... Nossa escala seria, então: 

C-D-E-F-G-A-Bb-C 

E------------------------------------------- 
B----------------------------------10-11-13- 
D--------------------------9-10-12---------- 
G------------------8-10-12------------------ 
A----------8-10-12-------------------------- 
E--8-10-12---------------------------------- 

Perceberam alguma coisa? Lembram-se da lição de Campo Harmônico? Qual o Tom que tem somente um bemol? Isso mesmo: Fá Maior (F) - ou sua relativa, Ré menor (Dm). Mas não estamos tocando em nenhum destes tons - nossa tônica é Dó!!! 
O que aconteceu é que agora estamos solando no Modo Mixolídio. 

E se de repente a banda toda entra num compasso em Cm (Dó Menor)? A minha nota inicial continua sendo C, mas agora eu usarei as notas da minha escala de Cm (dó menor), que já conhecemos como Modo Eólico: 

C-D-Eb-F-G-Ab-Bb-C 

E------------------------------------------- 
B----------------------------------9-11-13-- 
D--------------------------8-10-12---------- 
G------------------8-10-12------------------ 
A----------8-10-11-------------------------- 
E--8-10-11---------------------------------- 

Enquanto no Modo Mixolídio nós temos uma VIIb, no Modo Eólico temos IIIb, VIb e VIIb - e o resultado nada mais é do que as mesmas notas da escala Maior de Eb (Mi bemol) - da qual Cm é relativa, a partir do VI grau. 

Os caras da banda resolveram debulhar Cmb7 (ou Cm6). Teremos que usar IIIb Mixolídio ou VI# no Eólico. Vamos ver como ficou? A nova escala seria: 

C-D-Eb-F-G-A-Bb-C 

E------------------------------------------- 
B----------------------------------10-11-13- 
D--------------------------8-10-12---------- 
G------------------8-10-12------------------ 
A----------8-10-12-------------------------- 
E--8-10-11---------------------------------- 

Parece que funciona, não? Este é o Modo Dórico, que consiste em IIIb e VIIb. 
São, também, as notas da Escala de Bb Maior!!! Legal, não? Se você não está acompanhando, dê uma pausa e releia esta 2a. parte novamente, para não se perder. 

Nós, violonistas e guitarristas, logo que começamos a entender e aplicar teoria adquirida em nossos improvisos, já vamos introduzindo notas alheias às escalas, às vezes sem querer, às vezes propositalmente, e começamos a gostar do efeito sonoro deste ato meio "malcriado", fora do padrão. Estas notas, que embora não pertençam às escalas ou campos harmônicos em questão, dão uma "cor" ou nova "tensão" à melodia - são as chamadas notas de transição. 

Um exemplo padronizado desta malcriação teórica é a derivação da escala Pentatônica de Blues - que nada mais é do que a Escala pentatônica menor, adicionada da IV# (que é chamada de "blue note" ou "nota do blues". 

Vamos tentar tocar uma escala que tenha esta "cor" da IV#? Vamos pegar nossa Escala de Dó Maior (C) e substituir a IV por uma IV#: 

C-D-E-F#-G-A-B-C 

E------------------------------------------- 
B----------------------------------10-12-13- 
D--------------------------9-11-12---------- 
G------------------9-10-12------------------ 
A----------9-10-12-------------------------- 
E--8-10-12---------------------------------- 

Este é o C Lídio, uma escala de C com a IV sustenida. É também uma escala que contém as mesmas notas da escala de Maior de Sol (G). Notaram os 3 intervalos inteiros no começo da escala? E como a IV# "atrai" o som da V? É uma "coloração" blue, mas não tão triste - seu uso é muito comum! Tente improvisar um pouco sobre este Modo - é uma boa escolher o Modo Lídio como um dos primeiros a decorar. 

OK... Você ainda não achou o seu som... Quer tentar algo como um bemol menor com 9a.? 
Vamos lá! É claro que não temos uma 9a. - mas temos uma II, que é a mesma coisa. Então vamos pegar nossa escala de Cm (Dó menor - porque queremos um som menor, certo?) e vamos trocar a II por uma IIb. Ficou assim: 

C-Db-Eb-F-G-Ab-Bb-C 

E------------------------------------------ 
B---------------------------------9-11-13-- 
D-------------------------8-10-12---------- 
G-----------------8-10-11------------------ 
A---------8-10-11-------------------------- 
E--8-9-11---------------------------------- 

Esta nova escala é o C Frígio, e tem IIb, IIIb, VIb e VIIb. Por um "mero" acaso, são as notas da Escala de Ab Maior. Experimente tocá-la sobre Cm7, Cm9 e Abmaj7. 

Ainda não é o bastante? Você quer experimentar bemolizar a V da escala Frígia pra ver no que vai dar? Você é quem manda - mas não conte nada aos seus pais...: 

C-Db-Eb-F-Gb-Ab-Bb-C 

E----------------------------------------- 
B--------------------------------9-11-13-- 
D------------------------8-10-11---------- 
G----------------8-10-11------------------ 
A---------8-9-11-------------------------- 
E--8-9-11--------------------------------- 

Esta nova escala é o C Lócrio - um som muito exótico... mas você vai achar uso para esta também! Tente solar sobre Cm7b5. 

Tudo o que vimos nesta segunda abordagem é somente uma maneira diferente de se ver a mesma coisa: um Modo é uma Escala deslocada - e nada mais. É somente uma escala criada movendo-se seu ponto de início dentro de uma outra escala. Vamos verificar em outra tabela como procedemos de forma mais prática para mudarmos o Modo dentro do mesmo Tom? 

-------------------------------------- 
Modo           acidentes 
-------------------------------------- 
Jônico         nenhum 
Dórico         b3, b7 
Frígio         b2, b3, b6, b7 
Lídio          #4 
Mixolídio      b7 
Eólico         b3, b6, b7 
Lócrio         b2, b3, b5, b6, b7 
-------------------------------------- 
(utilizei numerais cardinais ao invés de romanos somente pra facilitar a leitura, OK? - mas continuamos falando de Graus) 

Continuemos com C como tônica, e formemos os diversos Modos sobre o mesmo Tom, utilizando a Tabela de acidentes acima: 
--------------------------------------------------------------------------------- 
Jônico:         C - D - E - F - G - A - B - C        ( = escala de C/Maior) 
Dórico:         C - D - Eb - F - G - A - Bb - C      ( = escala de Bb/Maior) 
Frígio:         C - Db - Eb - F - G - Ab - Bb - C    ( = escala de Ab/Maior) 
Lídio:          C - D - E - F# - G - A - B - C       ( = escala de G/Maior) 
Mixolídio:      C - D - E - F - G - A - Bb - C       ( = escala de F/Maior) 
Eólico:         C - D - Eb - F - G - Ab - Bb - C     ( = escala de Eb/Maior) 
Lócrio:         C - Db - Eb - F - Gb - Ab - Bb - C   ( = escala de Db/Maior) 
--------------------------------------------------------------------------------- 

Vejamos no braço do instrumento: abaixo, os TAB's correspondentes a cada um dos Modos, tendo C como tônica (vamos raciocinar assim -  comecemos com a escala sem acidentes [bemóis e sustenidos] e vamos acrescentando um acidente de cada vez): 

C Jônico 
E----------------------------l 
B----------------------------l 
D-------------4--------------l 
G-------3-5-7---7-5-3--------l 
A-3-5-7---------------7-5-3--l 
E----------------------------l 

C Mixolídio (b7) 
E----------------------------l 
B----------------------------l 
D-------------3--------------l 
G-------3-5-7---7-5-3--------l 
A-3-5-7---------------7-5-3--l 
E----------------------------l 

C Dórico (b3, b7) 
E----------------------------l 
B----------------------------l 
D-------------3--------------l 
G-------3-5-7---7-5-3--------l 
A-3-5-6---------------6-5-3--l 
E----------------------------l 

C Eólico (b3, b6, b7) 
E----------------------------l 
B----------------------------l 
D-------------3--------------l 
G-------3-5-6---6-5-3--------l 
A-3-5-6---------------6-5-3--l 
E----------------------------l 

C Frígio (b2, b3, b6, b7) 
E----------------------------l 
B----------------------------l 
D-------------3--------------l 
G-------3-5-6---6-5-3--------l 
A-3-4-6---------------6-4-3--l 
E----------------------------l 

C Lócrio (b2, b3, b5, b6, b7) 
E----------------------------l 
B----------------------------l 
D-------------3--------------l 
G-------3-4-6---6-4-3--------l 
A-3-4-6---------------6-4-3--l 
E----------------------------l 

B Lídio (#4) 
E----------------------------l 
B----------------------------l 
D-------------3--------------l 
G-------3-4-6---6-4-3--------l 
A-2-4-6---------------6-4-2--l 
E----------------------------l 

Ahá!!!! Notaram que, seguindo este raciocínio de criação de Modos, fomos bemolizando os Graus, certo? Então nossa tarefa no TAB acima seria b1, b2, b3, b5, b6, b7. Mas se usarmos b1, teremos Cb, que é B - então caimos na escala de B Lídio, com as notas naturais e a 4#. 

Para referência - e para confirmar o que escrevemos lá na Tabela, mantendo a tônica, nossa escala de C Lídio seria: (notem a diferença de padrão dos outros modos obtidos). 

C Lídio 
E----------------------------l 
B----------------------------l 
D-------------4--------------l 
G-------4-5-7---7-5-4--------l 
A-3-5-7---------------7-5-3--l 
E----------------------------l 

Agora, podemos tirar 2 conclusões desta lição: 

1a.) Modos não é um bicho de 7 cabeças - aliás, se chegamos ao início deste artigo dominando todos os aspectos teóricos anteriores, é relativamente uma leitura simples e que não assusta tanto - estarei enganado? 

2a.) Infelizmente, notamos que será imprescindível, neste momento de nossas carreiras musicais, sermos capazes de: 

a- conhecer todas as notas do braço do instrumento; 
b- saber como formar acordes; 
c- dominar oitavas e tríades (em suas diversas formas); 
d- conhecer e saber formar Escalas Maiores e Menores; 
e- conhecer e saber formar Campos Harmônicos; 
f- conhecer e saber formar Modos. 

Aconselho a todos que lápis, papel e instrumento serão imprescindíveis nesta fase... 
Se já não fez (grrrr....), deverá fazer agora: 

1. Mapa do Braço do Instrumento;
2. Tabela de Intervalos montada para as 12 notas; 
3. Tabela de Campos Harmônicos, usando as 12 notas como tônica, para as escalas: Maior, Menor Natural, Menor Melódica e Menor Harmônica. 
4. Construir, para os 12 tons, os 7 Modos, mantendo a tônica e mudando os tons. 

Anotando tudo isto no papel, você terá material útil para o resto de sua vida (ou pelo menos até você ter decorado tudo de tanto praticar). Lembro a vocês: o conhecimento destes elementos vistos até aqui são suficientes para se começar a improvisar, e digo mais, de maneira bem consistente e diversificada. Com as 12 Escalas Maiores em seus 7 Modos ( = 84 escalas ) e todos os Campos Harmônicos que você já sabe montar (4 em cada um dos 12 tons = 48 ), pense nas possibilidades de combinação - dá pra tocar uma semana inteira sem ficar monótono! 

Até o próximo! 

guitar.destroyer@hotmail.com

Ops (: Contenido disponible solo en portugués.
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