Chegaste do norte, eu do sul, em maré alta
Do teu mapa, a linha reta o meu, a falta de rota
Nas tuas mão o peso da certeza
Nas minhas o grão da incerteza
Um passo teu
Uma corrida minha
Dois caminhos que se cruzam
Numa só linha
E se a vida é um emaranhado de contrários
Nós somos o espelho de mundos binários
Tu a razão, eu a emoção
Tu a calma, eu o furacão
Mas no silêncio
A voz que nos fala é a mesma
E o nosso grito
É o mesmo dilema
Trouxeste um céu cinzento, de nuvens carregadas
Eu um Sol de verão, de tardes demoradas
Tu palavras certas sem dar nó
Eu mil silêncios a voar num lençol
Dois corpos num só abraço
Um só lugar
Sem ter de explicar
Só amar
E se a vida é um emaranhado de contrários
Nós somos o espelho de mundos binários
Tu a razão, eu a emoção
Tu a calma, eu o furacão
Mas no silêncio
A voz que nos fala é a mesma
E o nosso grito
É o mesmo dilema
Ninguém nos disse que seria fácil
A encaixar a areia pelo vidro frágil
Mas a nossa falha é que nos constrói
E a nossa força é que nos destrói
E se a vida é um emaranhado de contrários
Nós somos o espelho de mundos binários
Tu a razão, eu a emoção
Tu a calma, eu o furacão
Mas no silêncio
A voz que nos fala é a mesma
E o nosso grito
É o mesmo dilema