A E D A Levantei-me um dia cedo sentei na cama chorando E D A Meu velho tempo de peão nervoso eu fiquei lembrando D A D Senti uma dor no peito igual brasa me queimando A E A Ouvi uma voz lá fora parece que me chamando D A Eu tive um pressentimento, que a morte na voz do vento E A Ali estava me rondando A E D A Eu saí lá pro terreiro lembrei nas glórias passadas E D A Me vi montado num potro correndo nas invernadas D A D Também vi um lenço acenando de alguém que foi minha amada A E A Que a tempo se despediu para derradeira morada D A Tive um desgosto medonho, ao ver que tudo era um sonho E A E hoje não sou mais nada A E D A Pobre de quem nesta vida na velhice não pensou E D A Ao me ver velho e doente um filho me amparou D A D Recebo tanta indireta da nora que não gostou A E A E meu netinho inocente chorando já me falou D A A mamãe já deu estrilo, diz que aqui não é asilo E A Mas eu gosto do senhor ai A E D A Neste meu rosto cansado queimado pelo mormaço E D A Duas lágrimas correram espelho do meu fracasso D A D É o premio de quem na vida não quis acertar o passo A E A Abri os olhos muito tarde quando eu já era um bagaço D A Vejam só a situação ai, de quem foi o rei dos peão E A Hoje não pode com o laço A E D A A Deus eu fiz uma prece pedindo pros companheiros E D A Que perdoem todas as faltas deste peão velho estradeiro D A D Quando eu deixar este mundo meu pedido derradeiro A E A Desejo ser enterrado na sombra de um anjiqueiro D A Para ouvir de quando em quando, as boiada ali passando E A E os gritos dos boiadeiros