Ouvi tua voz, ancião, e nela vi meu espelho
Teu lamento virou ponte, teu legado é meu conselho
Eu sou neta da coragem que dormiu no chão batido
Mas caminho em liberdade, com teu sonho renascido
Hoje estudo com orgulho, falo alto, piso firme
Levo samba na garganta e tambor que nunca dorme
Não carrego corrente, mas sei que o mundo é armadilha
Por isso canto tua luta, como se fosse a minha
Teu canto me levanta, tua voz é meu clarim
Teu silêncio virou grito que hoje ecoa em mim
Eu carrego tua bandeira no batuque e no olhar
E onde houver lembrança, tua alma vai dançar
Teu passado me ensina, tua dor me fez crescer
Na batida desse samba, tua história vai viver
Não me calo, não me escondo, sigo em nome do que foi
Sou o fruto da esperança que em teu peito não se foi
Na escola que me abriga, teu nome vive em mim
E nas rodas de conversa, tua memória não tem fim
A liberdade é herança que ninguém vai me roubar
Enquanto houver lembrança, tua alma vai cantar
Teu canto me levanta, tua voz é meu clarim
Teu silêncio virou grito que hoje ecoa em mim
Eu carrego tua bandeira no batuque e no olhar
E onde houver lembrança, tua alma vai dançar
Teu passado me ensina, tua dor me fez crescer
Na batida desse samba, tua história vai viver
Não me calo, não me escondo, sigo em nome do que foi
Sou o fruto da esperança que resiste e não se dói