Eu costumava estar
Do lado errado das espadas
Espreitava em meio às sombras
À espera da guarda baixar
Eu costumava usar
As minhas mãos para a glória
Para queimar sonhos que agora
Em meus pesadelos, vem me atormentar
Eu sei, eu sei
O que mais tenho agora é tempo
Pra reconhecer o grande peso
Que carrego aqui
Os golpes do machado
Fazem-me voltar àquele tempo e lugar
Vejo o abismo, então, se abrir pra me mostrar
Que não
Não estou só, não!
Papai, você sempre foi meu farol
E eu posso, sim
Posso viver, pois você morreu por mim
E agora, enfim, você vive, vive em mim
Mas eu sou igual os monstros
Que destruíram sua vida
Eu, uma alma perdida
Uma casca vazia
Se um dia as lâminas falavam
Hoje me calo por compaixão
Onde abundou a vingança
Que transborde o perdão
Eu renasci do fogo
E das águas
Já não tenho mais
O que um dia me pertenceu
Eu tenho saudades de casa
Eu quero acordar, eu quero acordar
Naquela terra sem escravidão
Onde não chegou nenhuma guerra
E todos dirão as sábias palavras
Que em mim gravei
Amai os vossos inimigos
E lhes façam o bem
Mas longe no oeste
Há uma voz além do mar
Que me convida a voltar
Não estou só, não!
Papai, você sempre foi meu farol
E eu posso, sim
Posso viver, pois você morreu por mim
E agora, enfim, você vive, vive em mim
Meu pai, você vive em mim
E já não tenho mais inimigos
Eu não tenho inimigos
Não tenho inimigos
Eu não tenho inimigos
Não mais!
Não tenho inimigos
Eu não tenho inimigos
Porque você vive em mim!